quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

SE


Depois de algum tempo no ostracismo o blog está recebendo o segundo pontapé inicial. Na viagem para Pouso Alto, eu e Mariate entramos numa viagem e decidimos tentar (eu disse tentar) fazer um filme sobre aquela conversa que tivemos. A idéia tá mais ou menos explicada aí em baixo.



Onde estaríamos hoje se não tivéssemos nos conhecido?

Como seriam nossas vidas se não tivéssemos tomado algumas decisões que nos trouxeram até aqui, neste momento, lendo este texto?

Quais seriam as grandes, médias e pequenas coisas que nos colocaram neste exato instante trançando uma memória exata, única e específica?

Seria esta memória realmente exata, única e específica?

Não existiriam verdades paralelas a partir de cada decisão tomada?

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Desta discussão surgiu a idéia de se fazer um filme. De cada decisão tomada surgiriam realidades paralelas ramificadas de cada decisão não tomada. Deu pra entender?

Vou exemplificar. Se a partir de um “sim” um casal se une e gera um filho, no momento em que foi dito esse “sim”, surgisse uma realidade paralela com a resposta “não” e daí uma seqüência de acontecimentos muito ou nem tão diferentes.

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A idéia de tempo e espaço em relação direta com as intervenções que realizamos nas nossas vidas e nas vidas dos outros.

Se não tivéssemos nos conhecido, essas intervenções do meio não ocorreriam.

Se tivéssemos nos conhecido a partir de um outro ponto de vista, as intervenções seriam menores e com efeitos diferentes.

E por que estamos aqui neste instante? O que nos colocou aqui? Seria o destino? Ou seriam seqüências de decisões? E se eu tivesse nascido a míseros 100 km de distância de onde eu nasci? Talvez nem estivesse vivo pra pensar isso (ou mesmo vivo não pensaria!).

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“Se” seria o nome de um filme idealizado por estudantes de Arquitetura e Urbanismo. Uma ficção/documentário baseado em “fatos reais”. Mas será q é possível? E se nós estivermos muito ocupados com projetos?

E se mais alguém não passar em Sistemas Estruturais? E se o curso terminar e nunca mais nos vermos e se esse filme já foi idealizado no mundo real ou em alguma das realidades paralelas. Acontece é q o tempo (se é q ele existe) não pára e nós não paramos de sonhar e buscar as respostas das nossas dúvidas em nós, nos outros, ou, quem sabe, no mundo de verdade.

Apaguemos as luzes, abramos as cortinas e continuemos o espetáculo de nossas vidas pequenas e mesquinhas se comparadas às pequenas grandes coisas que nos ilumina e dão esperança e ao mesmo tempo nos engolem e nos esmagam.