domingo, 23 de novembro de 2008

Urbanismo em Fim de Linha



O homem como alegoria de uma sociedade onde cada um vive fechado no seu mundo. São partes de um todo. Porém são partes alienadas, que não se relacionam entre si, que analisam os objetos pela sua individualidade, que são cegos para o que existe no reflexo quando a televisão se apaga. São os heróis da vida moderna acomodados com o que ouvem e com o que dizem. E este caso é exemplificado no texto através das ditas “intervenções urbanas”.

Situações estas que são absorvidas e dadas como verdades, porém o que se vê nas cidades é o abandono cada vez maior do lugar público. Nesse ponto é onde se caracteriza o caos urbano, visto que ocorre hoje nas cidades um fenômeno em que cada indivíduo, mesmo estando num espaço público, se fecha em um espaço próprio, idealizado por uma visão onde a “realidade é sua própria ideologia”. Com isso, as relações humanas, que é a principal base para a contextualização e definição de uma cidade, ficam superficiais e banalizadas.

Tais intervenções urbanas seriam apenas criações de espaços que alimentariam a visão megalomaníaca do capital para que se tenha mais divulgação de uma cultura igualmente banalizada através de algo “espetacular”, porém sem conteúdo e nenhuma visão social, muito menos de funcionalidade pública, já que não interessaria mais às pessoas conviverem num meio comum, já que estas estariam alienadas e iludidas pela mídia controladora e sensacionalista.

Fato que contribui ainda mais com esta decadência do meio urbano é a vida em função do capital, gerando segregação, tanto espacial como sociocultural, conflitos, além dos já citados abandono do espaço público e banalização da cultura e das relações humanas. Todos estes transformados em meras mercadorias para movimentar e piorar cada um dessas situações. Apesar disso, essas práticas são dadas como renovação, ou “requalificação”, ou até mesmo revolução urbana.

Os seres inanimados (ou animados artificialmente) e acomodados e com seus anseios padronizados, são os mesmos seres que aceitam uma intervenção urbana irresponsável, permitindo que esses seres aumentem mais sua ignorância social, cultural e política. São os mesmos seres que aceitam e contribuem para a descaracterização do espaço público e se trancam em suas “bolhas” – seus carros, suas casas, suas televisões, seus computadores. São os mesmos seres acomodados que não têm opinião, que se movem nas ruas como robôs, contribuindo para o caos urbano cada vez mais evidente. Que não vão às ruas para protestar nem pelas práticas mais absurdas que acontecem todos os dias e que os prejudicam em progressão geométrica. E é através de políticas sujas que esses seres continuam vivendo “esse mundo de faz-de-conta”.


Comentário sobre "Urbanismo em Fim de Linha" de Otília Arantes.

Igor Pio Moreira

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Momentos...


De todas as lendas religiosas, existe uma que muito me agrada a ponto de criar esperanças a respeito de sua veracidade: a oportunidade de rever o filme da minha vida após a minha morte. Me renderá recordações tristes, eu sei, e lembranças das quais quis muito esquecer, porém nada substituirá o prazer de lembrar de determinados episódios da minha vida, pequenas lembranças, memórias não mais lembradas, mas que no instante de seus acontecimentos tornaram-se momentos inesquecíveis pra mim.
Amizades geram constantemente, inexplicavelmente e inevitavelmente esses momentos...


Perdoem a talvez sutil carga emocional com a qual escrevi esse post... ele foi escrito no dia 07 de Maio de 2008 numa noite muito normal e tranquila em que eu estava bebendo entre amigos, vivendo um desses momentos!

segunda-feira, 24 de março de 2008

[Blind]ados

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Sonhar!

Quero sonhar. Não importa se são sonhos possíveis ou impossíveis, mas quero sonhar. Quero ver as montanhas através da janela de um carro em velocidade. Quero fazer num curto período de tempo tudo o que eu não vou conseguir fazer durante toda a minha vida. Quero correr pelos gramados e descobrir o quão imenso é esse mundo que nos cerca e quantas coisas novas temos a aprender. E quantas pessoas novas temos para conhecer.

Quero me perder pelos cabelos da morena que ri ou chora por qualquer piada infantil. Quero desfrutar de todas as drogas morais que me são oferecidas para que no futuro, eu saiba dosar até onde elas são válidas.

Quero amar ao mais tolo dos seres, pois é com ele que eu vou aprender as mais tolas atitudes. Quero também amar o mais louco, o mais lindo, o mais direto e o mais abstrato dos seres, para descobrir com eles o que eu tenho de melhor e de pior. Quero que todas as amizades sejam sinceras, mas que pelo menos uma seja verdadeira, porque não há nada mais doloroso que uma desilusão desse tipo.

Quero saber que a vida foi feita pra viver. E pra viver bem. Quero saber que esta vida que me foi dada é uma espécie de sopro e que não devemos nos envenenar de ódio, intolerância, desrespeito e ira. Tudo que existe (vivível ou invisível), foi feito no mesmo propósito, que não tem explicação, mas que está em curso, andando sobre a linha imaginária que chamamos de tempo. E tudo o que existe divide conosco um mesmo mundo e a mesma necessidade de se completar um ciclo básico qualquer.

Quero saber que posso continuar sonhando e saber que são sonhos de verdade. Quero saber que tenho pessoas que me querem por perto e que as fazem bem me terem por perto, tanto como nos faz bem ter certas pessoas a nossa volta. Quero a poesia mais bonita que nos enche os olhos com uma verdade de mentirinha e me faz acreditar cada vez mais na vida como ela deveria ser e me faz alimentar cada vez mais sonhos. Não falo somente de poesia escrita, mas também de poesia cantada, tocada, mostrada, falada, vivida. Quero conhecer as mais belas paisagens, as mais belas pessoas e as mais belas atitudes. Quero poder saber que o que estou fazendo nesse mundo nada mais é que uma compilação de ações e experiências que devo transmitir aos outros pra acrescentar mais uma mísera página na imensa enciclopédia da nossa história.

Queria mesmo é que tudo fosse do mesmo jeito que é, até porque não existem sonhos impossíveis. O que existem são pontos de vistas diferentes. Não existe receita de bolo para se viver. E na vida tudo passa, mas algo sempre fica.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

CoREA da vaquinha!



O Conselho Regional Leste de Entidades Estudantis de Arquitetura e Urbanismo chega à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro!
E é com muito prazer que o nosso blog, a FeNEA, a ComOrg EREA JF e o Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFRRJ apresentam o CoREA Rural...
Discussões sobre assuntos totalmente relevantes aos estudantes de arquitetura e urbanismo com o belo cenário da UFRRJ!!!
Que venham limões e pêssegos que a Rural está de portas abertas!
O conselho será realizado do dia 21 a 24 de Fevereiro em meio às vaquinhas e cavalinhos da Universidade! Dia 22, no meio do corea vai ter a Festa Samba (no post aí de baixo).
Até lá!

Um convite ao bom sujeito!



O Homem Falou
Gonzaguinha
Pode chegar que a festa vai é começar agora
e é pra chegar quem quiser,
deixe a tristeza pra lá
e traga o seu coração, sua presença de irmão
nós precisamos de você nesse cordão
pode chegar que a casa é grande e é toda nossa
vamos limpar o salão, para um desfile melhor

vamos cuidar da harmonia, da nossa evolução
da unidade vai nascer a nova idade
da unidade vai nascer a novidade

e é pra chegar sabendo
que a gente tem o sol na mão
e o brilho das pessoas é bem maior
irá iluminar nossas manhãs
vamos levar o samba com união
no pique de uma escola campeã
não vamos deixar ninguém atrapalhar
a nossa passagem
não vamos deixar ninguém chegar com sacanagem
vambora que a hora é essa e vamos ganhar
não vamos deixar uns e outros melar

eô eô eá, que a festa vai apenas começar
eô eô eá, não vamos deixar ninguém dispersar


CoREA Rural: 21 a 24 de Fevereiro
Festa Samba: 22 de Fevereiro (durante o CoREA Rural)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

SE


Depois de algum tempo no ostracismo o blog está recebendo o segundo pontapé inicial. Na viagem para Pouso Alto, eu e Mariate entramos numa viagem e decidimos tentar (eu disse tentar) fazer um filme sobre aquela conversa que tivemos. A idéia tá mais ou menos explicada aí em baixo.



Onde estaríamos hoje se não tivéssemos nos conhecido?

Como seriam nossas vidas se não tivéssemos tomado algumas decisões que nos trouxeram até aqui, neste momento, lendo este texto?

Quais seriam as grandes, médias e pequenas coisas que nos colocaram neste exato instante trançando uma memória exata, única e específica?

Seria esta memória realmente exata, única e específica?

Não existiriam verdades paralelas a partir de cada decisão tomada?

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Desta discussão surgiu a idéia de se fazer um filme. De cada decisão tomada surgiriam realidades paralelas ramificadas de cada decisão não tomada. Deu pra entender?

Vou exemplificar. Se a partir de um “sim” um casal se une e gera um filho, no momento em que foi dito esse “sim”, surgisse uma realidade paralela com a resposta “não” e daí uma seqüência de acontecimentos muito ou nem tão diferentes.

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A idéia de tempo e espaço em relação direta com as intervenções que realizamos nas nossas vidas e nas vidas dos outros.

Se não tivéssemos nos conhecido, essas intervenções do meio não ocorreriam.

Se tivéssemos nos conhecido a partir de um outro ponto de vista, as intervenções seriam menores e com efeitos diferentes.

E por que estamos aqui neste instante? O que nos colocou aqui? Seria o destino? Ou seriam seqüências de decisões? E se eu tivesse nascido a míseros 100 km de distância de onde eu nasci? Talvez nem estivesse vivo pra pensar isso (ou mesmo vivo não pensaria!).

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“Se” seria o nome de um filme idealizado por estudantes de Arquitetura e Urbanismo. Uma ficção/documentário baseado em “fatos reais”. Mas será q é possível? E se nós estivermos muito ocupados com projetos?

E se mais alguém não passar em Sistemas Estruturais? E se o curso terminar e nunca mais nos vermos e se esse filme já foi idealizado no mundo real ou em alguma das realidades paralelas. Acontece é q o tempo (se é q ele existe) não pára e nós não paramos de sonhar e buscar as respostas das nossas dúvidas em nós, nos outros, ou, quem sabe, no mundo de verdade.

Apaguemos as luzes, abramos as cortinas e continuemos o espetáculo de nossas vidas pequenas e mesquinhas se comparadas às pequenas grandes coisas que nos ilumina e dão esperança e ao mesmo tempo nos engolem e nos esmagam.